segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Você saberia informar como se calcula o fluxo escolar?


A pergunta do título da postagem veio de um comentário deixado no blog, espero que a pesquisa abaixo possa ajudar.



A definição de Fluxo Escolar segundo o INEP:
“Trata-se da análise do comportamento da progressão dos alunos pertencentes a uma coorte, em determinado nível de ensino seriado, em relação à sua condição de promovido, repetente ou evadido. O aluno matriculado em determinada série no início do ano letivo t, encontrar -se -á em somente uma das três condições, no início do ano letivo t+1 - (1) Promovido – se, tendo sido aprovado na série anterior, matriculou -se em série posterior; (2) Repetente – matriculou -se na mesma série que cursou no ano anterior; e (3) Evadido – não se encontra matriculado em qualquer série do nível de ensino em questão.” (INEP).

O cálculo do fluxo escolar utiliza dois modelos: o fechado e o aberto.
O modelo fechado é utilizado pela Unesco e estipula que “Matrícula inicial = matrícula final + afastados por abandono.” Como essa fórmula “esquece” os que são transferidos, os que retornam da evasão; o Brasil utiliza o sistema aberto.
Um estudo detalhado dos dois modelos, com as devidas fórmulas no endereço abaixo:

Importância do Calculo do Fluxo Escolar
“IDEB = (1/T ). Nota
Em que: T é o número de anos que, em média, os alunos de uma rede de ensino, de um município, de um estado ou do país, levam para completar uma série. Quando o fluxo escolar é perfeito, (1/T) assume valor 1 e o IDEB equivale à nota; quanto maior a reprovação e o abandono, maior será T e (1/T) assumirá valores menores do que a unidade, penalizando o IDEB. Para o cálculo do IDEB da 4ª série calcula-se T com base no fluxo escolar dos alunos até a 4ª série (5º ano); e para o cálculo do IDEB de 8ª série calcula-se T com base no fluxo da 5ª a 8ª série (6ª a 9º ano); Nota é a média da Prova Brasil para a rede de ensino, o município, o estado ou o país, transformada de modo a ser expressa por valores entre 0 e 10.”

Índice de Retenção do Fluxo Escolar
Objetivo: Quantificar a taxa de retenção do fluxo escolar em relação ao total de alunos.
Definições: O número de alunos em cada ano corresponde ao total de matrículas no mesmo ano.  
Retenção Escolar refere-se à sub-divisão: reprovação e trancamento. 
Método de Cálculo:
Índice = Número de Alunos Retidos (Reprovação + Trancamento) x 100/Alunos Matriculados

Outras Referências

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vote no blog para o Troféu Rioeduca

A Secretaria Municipal de Educação juntamente com a Subsecretaria de Novas Tecnologias Educacionais e o Portal Rioeduca promovem a I Edição do Troféu Rioeduca para educadores da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro.

O TROFÉU RIOEDUCA tem como propósito fundamental destacar e premiar boas práticas pedagógicas, bem como destacar e premiar escolas e professores que tenham blogs relevantes para sua comunidade escolar.(Para saber mais http://www.rioeduca.net/blogViews.php?id=1098)


quinta-feira, 28 de julho de 2011

PROVA RIO e IDERIO


" A Prova Rio 2009 foi aplicada por meio de provas de Português e Matemática. Essa avaliação tem como proposta um estudo longitudinal, ou seja, o desempenho dos alunos que participaram do exame em 2009 também será avaliado quando elas alcançarem as séries seguintes, por meio de provas em 2010 e 2011."  http://www.cespe.unb.br/NoticiasHTML/LerNoticia.asp?IdNoticia=247


O Índice de Desenvolvimento da Educação do Rio de Janeiro (IDERIO) foi criado em 2009.  

“O IDERIO é calculado nas mesmas bases do IDEB. Considera a nota da Prova Rio e reprovação e evasão funcionam como 1" multa".  (Claudia Costin, 14 de maio via Twitter)

Para o recebimento do 14º "A meta do IDEB p 2011 é baseada no IDEB de 2009. A meta do IDERIO p 2012 é que se baseia no IDERIO de 2010." (GinasioCarioca, 22 de julho de 2011 via twitter)


Legislação

DIÁRIO OFICIAL de 22 de junho de 2010
DECRETO Nº 32416 DE 21 DE JUNHO DE 2010.

Institui o Índice de Desenvolvimento da Educação do Município do Rio de Janeiro – IDERIO, na forma que menciona.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor, e

CONSIDERANDO o disposto no Decreto n.º 30.860/09; e

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer critérios de aferição da qualidade da educação oferecida à população da Cidade do Rio de Janeiro,

DECRETA:

Art. 1.º Institui o Índice de Desenvolvimento da Educação do Município do Rio de Janeiro – IDERIO que servirá de parâmetro para concessão do Prêmio anual de Desempenho aos servidores lotados nas Unidades Escolares da Rede Pública do Sistema Municipal de Ensino.

Parágrafo único. O IDERIO será atribuído a cada escola, por segmento a que atenda Anos Iniciais e Anos Finais.

Art. 2.º O IDERIO será constituído por dois critérios complementares: desempenho dos alunos na PROVA RIO (para avaliação de quanto esses alunos aprenderam) e o fluxo escolar (em quanto tempo aprenderam), calculado, numa escala de zero a dez.

Art. 3.º A Secretaria Municipal de Educação estabelecerá, a cada ano, as metas a serem atingidas pelas escolas, com base no IDERIO do ano anterior.

Art. 4.º Os eventuais casos omissos serão resolvidos pelo Titular da Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5.º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2010; 446o ano da fundação da Cidade.

EDUARDO PAES

Referências
http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-id=1011529
http://www.cespe.unb.br/NoticiasHTML/LerNoticia.asp?IdNoticia=595
http://twitter.com/#!/ClaudiaCostin/statuses/69430712889131008
http://twitter.com/#!/search/IDERIO

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Prova Brasil

A Prova Brasil e o SAEB são instrumentos de avaliação. Elas são aplicadas a cada dois anos a alunos de séries finais de ciclos da Educação Básica: 5° e 9° anos do Ensino Fundamental (caso da Prova Brasil) e também 3º ano do Ensino Médio (no caso do SAEB).  Caso o estado, município ou escola não tenha participado da Prova Brasil / SAEB, ou não tenha enviado os seus dados do Censo Escolar, no prazo estabelecido pelo INEP, não terão IDEB.

As médias de desempenho da Prova Brasil e do SAEB são utilizadas no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ferramenta de acompanhamento das metas de qualidade da educação básica, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do MEC. A média na Prova Brasil é usada para calcular o IDEB de municípios e escolas, enquanto a nota no SAEB subsidia o cálculo do IDEB dos estados e do IDEB nacional. Além das notas nas avaliações, o cálculo do indicador usa as taxas de aprovação escolar, informação prestada pelas redes por meio do Censo Escolar.
Nos anos em que a Prova Brasil e o SAEB são aplicados, as secretarias estaduais e municipais de educação e as escolas públicas, que possuem turmas de quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e terceira série do ensino médio, recebem os cadernos Matrizes de Referência, Temas, Tópicos e Descritores.

As Matrizes de Referência foram criadas baseadas nas propostas curriculares de alguns estados e municípios e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O MEC analisou todos os documentos, e listou as habilidades e competências que precisam ser avaliadas.

Os cadernos trazem informações sobre os pressupostos teóricos que embasam a avaliação, os descritores e exemplos de questões que poderiam ser cobradas na prova.

Quadro explicativo com as semelhanças e diferenças entre a Prova Brasil e o SAEB.

Legislação

Referências

Atividades

Atividades prontas que eu recebi por email e que estão disponíveis no Blog.

Roteiro

1 Clique em Atividades (do lado direito da tela).
2 Escolha a pasta do seu interesse e clique nela.
3 Escolha o arquivo e clique nele.
4 Abrirá uma página com um link para baixar o arquivo.
5 Clique em baixar e salve no seu computador.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

IDEB

O IDEB foi criado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em 2007, como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE); criado para medir o desempenho de cada escola e de cada rede de ensino.

O IDEB é a média das notas da Prova Brasil, do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e das taxas de reprovação e evasão. O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país alcance a nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.

Portal de acesso as notas do IDEB

http://ideb.meritt.com.br/#{"municipio_id":"3304557"}

 

Referências

http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/ideb-299357.shtml http://www.redemebox.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=19035:professores-desconhecem-o-que-e-pde-e-ideb-&catid=1:noticias&Itemid=22

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/todos-precisam-planejamento-estrategico-426070.shtml

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/prova-brasil-482633.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_B%C3%A1sica

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=180&Itemid=337

http://portalideb.inep.gov.br/o-que-e-o-ideb

domingo, 24 de julho de 2011

FUNDEB



Definição

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica - FUNDEB é um conjunto de fundos contábeis formado por recursos dos três níveis da administração pública do Brasil para promover o financiamento da educação básica pública. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_de_Manuten%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_B%C3%A1sica

Outros links
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação http://www.fnde.gov.br/index.php/financ-fundeb




Legislação

O FUNDEB foi regulamentado pela LEI Nº 11.494, DE 20 DE JUNHO DE 2007.

Clique abaixo e assista uma animação da revista Nova Escola explicando como é  formado o FUNDEB e a sua distribuição. 


Vídeos criados pela UNIVESP TV 

O programa mostra a evolução do FUNDEF -- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério -- que vigorou durante 10 anos, até 2006, quando foi substituído pelo FUNDEB -- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação que passou a atender também a educação infantil e o ensino médio. 





sábado, 23 de julho de 2011

Para quem vai aproveitar o recesso para estudar. Gestão Escolar: LDB

Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituiçãohttp://pt.wikipedia.org/wiki/LDB


Acesse aqui a página com a LDB . 

LDB Comentada vídeo criado pela Univesp TV  







segunda-feira, 30 de maio de 2011

Teste rápido detecta autismo em bebês aos 12 meses de vida

GUILHERME GENESTRETI  DE SÃO PAULO

Um teste com 24 perguntas, que pode ser respondido em cinco minutos, identifica os primeiros sinais de autismo em crianças de um ano.
O teste, segundo a pesquisa, tem um índice de 75% de acerto no diagnóstico, levando em conta outros distúrbios, como atraso no desenvolvimento e na linguagem, também detectados.

Ivan Luiz/Arte


Para ler a matéria completa acesse:http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/908364-teste-rapido-detecta-autismo-em-bebes-aos-12-meses-de-vida.shtml

Para maiores informações sobre o Autismo,  possíveis tratamentos e/ou experiências pessoais.
http://www.carlagikovate.com.br/index_arquivos/Page442.htm
http://sites.google.com/site/desvendandooautismo/home
http://dietasgsc.blogspot.com/p/dieta-sgsc-e-autismo.html
http://www.autismonossahistoria.com.br/node/11

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Data Estelar, ciência ou ficção?

Embora criada em 1583, a data estelar - ou "stardate" - só adquiriu certa fama mundial depois de 1968, com a popularização do seriado "Jornada nas Estrelas" mundo afora. 

O criador da data estelar, o italiano Giuseppe Giustus Scaligero, partiu de cálculos simples e obteve um sistema de contagem de tempo onde um único número positivo reunia informações do século, ano, mês, dia, hora, minuto e segundo.
Para evitar o cálculo com números negativos (a. C., por exemplo) numa época onde não havia calculadoras, as data estelares são sempre positivas. Os calendários adotados pela humanidade ao longo dos séculos baseavam-se no ciclo do Sol (ciclo solar de 28 anos) ou no ciclo da Lua (ciclo lunar de 19 anos), Scaligero então encontrou a data onde todos os calendários iniciavam
e antes da qual não haveria nenhum registro histórico datado.
Essa data aconteceu em primeiro de janeiro de 4713 a. C., o que significa que a Data Estelar nada mais é senão a contagem de dias desde esta data específica.

PARA QUE SERVE A DATA ESTELAR?
Imagine que um instrumento científico situado no planeta Marte tenha de enviar pela Internet uma foto da paisagem de lá à zero hora do primeiro dia do ano.
Mas... Primeiro dia do ano de qual calendário? Islamita? Chinês? Você diria provavelmente que deveria obviamente ser no nosso calendário gregoriano...
Mas, se assim fosse, o dia primeiro de janeiro começaria em Sydney, Austrália 13 horas antes do que em São Paulo, por exemplo. E em cidades com horário de verão?
E a bordo de aviões, navios, submarinos, estações polares, estações espaciais?
E na Lua?
E em Marte?
E nos infinitos mundos do universo?
Ao usar o sistema de data estelar, a informação não precisaria ser desmembrada em vários outros números nem teria de ser convertida, adaptada e corrigida para os diversos fusos horários do planeta e suas diversas formas culturais de contar o tempo.
O anúncio da mensagem do exemplo acima poderia ser assim:
Paisagem marciana. Data Estelar 50815.1
Que significa zero hora do dia primeiro, do mês de janeiro do ano de 1998 d.C., pelo horário oficial do planeta Terra (Greenwich) segundo o calendário gregoriano.
Aqui demos uma pequena explicação sobre a data estelar que, muitas vezes, no meio científico é desprezada e colocada como assunto de ficção científica.
CONVERSÃO DE DATA GREGORIANA PARA DATA ESTELAR (dia Juliano)
(Acompanhe com sua calculadora cada passo)

exemplo
1) Anno Domini. Contagem de anos d.C. (Digite "2002": Ano cristão Atual)
2) Anos do calendário normalizado (Digite "+" e "4712")*
3) Anos decorridos normalizados (Digite "=" e obtenha 6714)
4) Dias decorridos (Digite "X" e "365.25")
5) Dias correspondentes (Digite "=" e obtenha 2452288.5)
6) Fator de correção (Digite "-", "13.375" e "=" e obtenha 24522752.125)**
7) Dias decorridos desde o início do ano até 1/4/2002 (Digite "+" e "90" e obtenha "2452365.125")
8) Somar meio dia e, opcionalmente, somar h/24, m/1440, s/86400 (Digite "+" e ".5" e obtenha "2452365.625". Se quiser, some as frações referentes à hora, minuto e segundo)
9) Some 59.2 s por dia do ano até o dia em questão (Digite "+" e ".062")
10) Data Estelar (Digite "=" e obtenha "2452365.687")
Usualmente ignoram-se os extremos, de forma que a data estelar 2452365.687 poderia (e deveria) ser simplificada, arredondada e ser referida simplesmente como "data estelar 52365.7".
Para quem prefere, a fórmula simplificada é:
A fórmula simplificada é:
dias no ano
----------- +
365.75
horas
----- +
24
minutos
------- +
1440
segundos
--------
86400
x 1461
-------------------------------------------------------------------
1460


Tudo isso somado a:  ano em questão + 4712 x 365.25 - 13.375

Obs.: Dependendo da precisão do método utilizado (passo a passo ou pela fórmula simplificada) e do meio usado para fazer-se o cálculo (do lápis ao computador), pode-se obter pequenas diferenças na casa dos centésimos da data estelar, diferenças estas geralmente desprezíveis.
Cada dígito decimal da data estelar vale 144 minutos, ou proximadamente duas
horas e meia.
(*) A normalização de todos os ciclos é baseada nos ciclos solar (28 anos) e lunar (19 anos), ou seja, os calendários coincidem com as posições astronômicas a cada 532 anos (28 x 19). O ciclo atual, por exemplo, iniciou em 1555 e terminará em 2087.
(**) O fator de correção é atualmente de 14 dias; Subtraiu-se 12 h (ou metade de um dia) porque o dia estelar começa ao meio-dia solar (e não à meia-noite); Subtraiu-se também 3 h para compensar a longitude negativa de Brasília (hora oficial do Brasil e também da cidade de São Paulo) em relação ao meridiano de Greenwich (hora oficial do planeta Terra ou hora GMT).
(***) Subtrair 1 h da hora local oficial se estiver em horário de verão;
Considerar 1 h = 1/24 dias, considerar 1 minuto = 1/(24 X 60)dias = 1/1440
dias e considerar 1 segundo = 1/(24 X 60 X 60) dias = 1/86400 dias;
Usa-se sempre o formato de 24 h.

CURIOSIDADE: A data estelar 50000.0 ou, mais precisamente, 2450000.00000 ocorreu num domingo, às 10h22m7s do dia 8 de outubro de 1.995.
Se tiver dúvida sobre a veracidade das informações sobre o cálculo acesse: http://www.zenite.nu/tema/ e procure por dia Juliano
Texto de Tanios Hamzo
Fonte:
http://scifibrasil.com.br/data/index.html

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Progressão Incompreendida

Estigmatizada como “aprovação automática”, a evolução continuada é ainda muito questionada, sobretudo em época de eleição
A trajetória dos sistemas de ciclos e da progressão continuada na educação brasileira é, salvo exceções, tão curta quanto malsucedida. Surgiram no Brasil entre os anos 1970 e 1980 em discussões acadêmicas com a preocupação de atualizar o sistema da educação por série (vigente desde o fim do século XVIII), e seriam determinantes para diminuir a desigualdade social e a elitização do ensino. Acabaram tendo força nos anos 1990, mas, na prática, foram vítimas do sucateamento do ensino público e acabaram estigmatizados em campanhas eleitorais como sinônimo de aprovação automática.
O novo secretário da Educação do estado de São Paulo, Herman Voorwald, assumiu em janeiro com a missão, dada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), de reformular os ciclos da Educação Básica na rede paulista, que não têm correspondido às expectativas. A reportagem de ¬Carta ¬Fundamental procurou o secretário em fevereiro, mas não obteve sucesso. Em comunicado oficial, Voorwald declara que o sistema tradicional de ensino em série não voltará: “(…) um sistema de reorganização já está sendo planejado. Além de permitir uma avaliação individual do aprendizado dos alunos a cada semestre e, a partir dos indicadores obtidos oferecer um modelo de recuperação eficiente quando necessário, o processo permitirá que a aprovação seja baseada no conhecimento adquirido e não em um processo padrão”, diz o comunicado. Ou seja, os ciclos devem continuar. A expectativa é que o governo estadual mude os ciclos de dois para três no Ensino Fundamental. Embora não tenha sido divulgado oficialmente, a expectativa é de que o estudante, que hoje pode ser reprovado na 5ª e 9ª séries, passe a ser avaliado ao fim do 3º, 6º e 9º anos.
Os ciclos e a progressão continuada foram usados na rede estadual de São Paulo e Minas Gerais, mas sofrem críticas constantes por terem se transformado, na prática, em “aprovação automática”, o que empobreceu o debate. Nas últimas eleições para o governo estadual, foi comum ouvir candidatos propagarem querer acabar com a progressão continuada, porque ela seria responsável pelo baixo índice de aprendizado dos alunos.
A prefeitura do Rio de Janeiro aplicou-a para o Ensino Fundamental no ano 2000. No entanto, lá também foi culpada pela má qualidade do ensino. “Nas eleições para prefeito em 2008, tanto Eduardo Paes (PMDB) quanto Fernando Gabeira (PV) criticaram o sistema. Quando eleito, um dos primeiros atos do prefeito Paes foi suspender a progressão e voltar com o sistema seriado”, diz Claudia Fernandes, coordenadora da pós-graduação em educação da Unirio.
Talvez o único local do País onde os ciclos foram adotados e têm uma boa resposta educacional é no ensino municipal de Porto Alegre (RS). “O processo lá foi cuidadoso”, diz Claudia. “A discussão sobre a implementação dos ciclos e da progressão continuada começou nos anos 1980, quando já ocorriam seminários sobre o tema, e durou anos. O impacto dela foi positivo e está em vigor até hoje.”
O governador paulista Geraldo Alckmin, disse em entrevista à Rádio CBN dias após a posse, em janeiro, que a progressão continuada não é o problema da educação paulista. “O aluno que falta é reprovado. Se ele vai à escola, por que não está aprendendo? Aí é avaliação e reforço escolar. Até o terceiro ano nenhuma escola particular reprova, pelo processo de alfabetização. O objetivo da escola não é cultura do fracasso”, disse.
CULTURA DA MERITOCRACIA
O Brasil, como a maior parte do mundo ocidental, desde o século XVIII utiliza o mesmo sistema de séries escolares. A maioria de nós passou por ele: um professor tem a missão de ensinar o conteúdo aos alunos que, espalhados em classes numerosas, são avaliados, geralmente, a cada bimestre. Ao final da série, o aluno que foi bem, passa de ano. O que foi mal, tem de repetir a mesma série no ano seguinte.
“Ela vem da cultura liberal dos séculos XVII e XVIII”, diz Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP. “É baseado na meritocracia: você estuda e passa de ano. Se não mereceu, repete. Em países em que a escolarização é mais organizada, você acaba tendo faculdade para todo mundo. No Brasil não é assim, então seleciona-se os melhores para o ensino superior. Quem não vai à faculdade¬ vira vítima do fracasso escolar”, conclui.
“Este sistema é incompleto”, relata Mateus Prado, professor de cursinho, especialista em Enem e gestor do Instituto Henfil. “Imagine um aluno que todo bimestre tira nota 8. E agora imagine outro que no começo do ano tirou 2, mas que no fim tirou 5. Quem evoluiu? O segundo caso, claro. Só que o sistema seriado só valoriza o que tira nota 8, que acaba tendo os maiores cuidados do professor. O aluno que vai mal acaba ficando de escanteio. E é justamente ele que precisa de ajuda”, diz.
A grande maioria dos especialistas em educação no País é contra a repetência. “Estudos indicam que um aluno que não passa de ano e que repete todo o processo no ano seguinte acaba tendo tendência maior de repetir de novo. É estatístico”, diz Prado.
Claudia Fernandes entende que o sistema seriado, que ainda tem muito apreço por educadores e dirigentes educacionais, não resolve mais a equação da educação no século XXI. “Dividir o ensino em séries estava de acordo com os conhecimentos em educação que haviam há cem, duzentos anos. Mas hoje conhecemos muito mais. O sistema em ciclos é uma das alternativas que respondem a essas demandas”, diz.
Este sistema prevê uma sensibilidade maior por parte dos professores, uma vez que entende existirem várias formas de inteligência humana – e, portanto, várias formas de se aprender conteúdos diferentes. Tende a dividir o aprendizado em ciclos maiores que um ano – normalmente de dois a quatro – nos quais os professores se utilizem mais do diálogo e discussões com alunos do que com a tradicional via única do professor passando o conteúdo. “Imagine um professor que pretenda montar um grupo de teatro na escola”, sugere Ocimar Munhoz Alavarse. “É quase impossível você conseguir ministrar teoria e técnicas de teatro em apenas um ano, e dar nota para os alunos. Os ciclos permitem isso.”
Mas se o sistema seriado não é o mais completo, por que a progressão continuada não consegue substituí-lo? Uma das respostas está na questão financeira. O custo para manter uma rede seriada é menor. É o que afirma a professora Claudia Fernandes. “A implementação da escola em ciclos não é barata, diferente da seriada. Você tem de ter turmas menores e uma formação continuada do professor. E o professor tem de aprender a acompanhar, a trabalhar em equipe e ficar mais dentro da escola, o que significa mais horas extras.” Sem preparação do professor, a progressão continuada torna-se, na prática, a educação seriada com aprovação automática. Confusão que torna pobre não só a própria discussão, como todo o ensino no País.
Fernando Vives 
15 de março de 2011 às 16:30h
Fonte: Carta Fundamental

Ansiedade matemática em meninas não vem do berço, e sim de estereótipos... e da professora

O gosto pela matemática divide as opiniões dos estudantes desde que estão nos primeiros anos do ensino fundamental. Há os que adoram o mundo dos números e há os que torcem o nariz só de pensar em fazer uma multiplicação. Muitos destes últimos manifestam uma grande ansiedade em relação à matemática, que pode ser definida como uma resposta emocional desagradável à matemática, e que é mais comum em mulheres do que em homens. O fato dessa ansiedade em relação à matemática ser mais comum em mulheres, ou meninas, é usado por alguns como evidência de que já na infância as mulheres seriam menos aptas para a matemática do que os homens.
Isso, no entanto, não é necessariamente verdade – e, aliás, há evidências de que não há uma inaptidão inata de qualquer dos sexos para a matemática. Ao contrário, a ansiedade em relação à matemática poderia ser... aprendida. E aprendida, por exemplo, da própria professora de matemática.
Isso é o que descobriram Sian Beilock e colegas, da Universidade de Chicago, em uma pesquisa com estudantes e professoras do ensino fundamental nos EUA, onde 90% dos professores do ensino fundamental são mulheres. O grupo testou as habilidades matemáticas e o grau de ansiedade com relação à matemática de 17 professoras da 1ª e 2ª série do ensino fundamental (mas não professores). Também os estudantes, nos três primeiros meses de aula e nos dois últimos, tiveram testadas suas habilidades matemáticas e sua crença no estereótipo acadêmico de gêneros (“meninos são melhores em matemática e meninas são melhores em leitura”). Afinal, seria possível que a ansiedade matemática das professoras levasse a um menor desempenho das alunas em matemática se estas se acreditassem intrinsicamente ineptas, como sua professora, para a matemática.
Para avaliar a crença no estereótipo acadêmico, os pesquisadores contavam duas histórias isoladas sobre um estudante (sem distinção de sexo, o que funciona em inglês) bom em matemática e um estudante (também sem distinção de sexo) bom em leitura e pediam às crianças para desenhar cada um dos personagens. Os cientistas perguntavam, então, às crianças se os personagens que haviam desenhado eram menino ou menina. O exercício foi realizado duas vezes: no início e no fim do ano letivo.
Resultado: no fim, mas não no início do ano letivo, as meninas lecionadas por professoras com ansiedade matemática tinham maior propensão a acreditar no estereótipo “meninos são bons em matemática e meninas são boas em leitura”. Ao final do ano, essas meninas, alunas de professoras com ansiedade matemática, também tinham menor desempenho matemático em relação aos meninos de sua classe e em relação às meninas da mesma classe que não acreditavam no estereótipo – embora no começo do ano todos tivessem desempenho igual. Os meninos, aliás, não parecem ser afetados pela ansiedade da professora, tenham eles ou não crença no estereótipo acadêmico.
A influência da ansiedade das professoras somente sobre as meninas pode ser atribuída ao fato de crianças em idade escolar (1a e 2a séries) tenderem a se espelhar nos adultos de mesmo sexo para compor seu repertório de comportamentos socialmente aceitáveis. Além disso, essas crianças já conhecem crenças comumente aceitas sobre gêneros e habilidades a elas atribuídas, e tendem a adotar comportamentos e atitudes que elas pensam ser adequados a cada sexo. Sendo assim, se a professora demonstra ansiedade em relação à disciplina e o senso comum diz que os meninos são melhores do que as meninas em matemática, muitas meninas acreditam nisso e sentem-se desmotivadas em desafios matemáticos. Essa falta de motivação tem uma influência direta no desempenho dessas meninas, que acaba sendo pior do que o esperado. Aliada à aceitação do estereótipo, a ansiedade matemática da professora, portanto, leva a queda do desempenho na disciplina, mesmo que a pessoa tenha habilidades suficientes para obter sucesso com os números.
Não se deve, contudo, colocar a culpa só na professora: há muitas outras fontes prováveis de influência no desempenho matemático das meninas, como professoras anteriores, pais, mães e irmãos, que reforçam ou não o estereótipo de habilidades acadêmicas.
O importante é lembrar que o desempenho geral de meninas e meninos não apresenta diferenças inatas: as habilidades são as mesmas entre os sexos, e o que difere é o estímulo que é dado a meninos e meninas para desenvolver suas competências. (SAC, 12/03/10).
 Fontes: Beilock SL, Gunderson EA, Ramirez G, Levine SC (2010) Female teacher´s math anxiety affect girls’ math achievement. PNAS 107, 1860-1863.