sexta-feira, 22 de abril de 2011

Data Estelar, ciência ou ficção?

Embora criada em 1583, a data estelar - ou "stardate" - só adquiriu certa fama mundial depois de 1968, com a popularização do seriado "Jornada nas Estrelas" mundo afora. 

O criador da data estelar, o italiano Giuseppe Giustus Scaligero, partiu de cálculos simples e obteve um sistema de contagem de tempo onde um único número positivo reunia informações do século, ano, mês, dia, hora, minuto e segundo.
Para evitar o cálculo com números negativos (a. C., por exemplo) numa época onde não havia calculadoras, as data estelares são sempre positivas. Os calendários adotados pela humanidade ao longo dos séculos baseavam-se no ciclo do Sol (ciclo solar de 28 anos) ou no ciclo da Lua (ciclo lunar de 19 anos), Scaligero então encontrou a data onde todos os calendários iniciavam
e antes da qual não haveria nenhum registro histórico datado.
Essa data aconteceu em primeiro de janeiro de 4713 a. C., o que significa que a Data Estelar nada mais é senão a contagem de dias desde esta data específica.

PARA QUE SERVE A DATA ESTELAR?
Imagine que um instrumento científico situado no planeta Marte tenha de enviar pela Internet uma foto da paisagem de lá à zero hora do primeiro dia do ano.
Mas... Primeiro dia do ano de qual calendário? Islamita? Chinês? Você diria provavelmente que deveria obviamente ser no nosso calendário gregoriano...
Mas, se assim fosse, o dia primeiro de janeiro começaria em Sydney, Austrália 13 horas antes do que em São Paulo, por exemplo. E em cidades com horário de verão?
E a bordo de aviões, navios, submarinos, estações polares, estações espaciais?
E na Lua?
E em Marte?
E nos infinitos mundos do universo?
Ao usar o sistema de data estelar, a informação não precisaria ser desmembrada em vários outros números nem teria de ser convertida, adaptada e corrigida para os diversos fusos horários do planeta e suas diversas formas culturais de contar o tempo.
O anúncio da mensagem do exemplo acima poderia ser assim:
Paisagem marciana. Data Estelar 50815.1
Que significa zero hora do dia primeiro, do mês de janeiro do ano de 1998 d.C., pelo horário oficial do planeta Terra (Greenwich) segundo o calendário gregoriano.
Aqui demos uma pequena explicação sobre a data estelar que, muitas vezes, no meio científico é desprezada e colocada como assunto de ficção científica.
CONVERSÃO DE DATA GREGORIANA PARA DATA ESTELAR (dia Juliano)
(Acompanhe com sua calculadora cada passo)

exemplo
1) Anno Domini. Contagem de anos d.C. (Digite "2002": Ano cristão Atual)
2) Anos do calendário normalizado (Digite "+" e "4712")*
3) Anos decorridos normalizados (Digite "=" e obtenha 6714)
4) Dias decorridos (Digite "X" e "365.25")
5) Dias correspondentes (Digite "=" e obtenha 2452288.5)
6) Fator de correção (Digite "-", "13.375" e "=" e obtenha 24522752.125)**
7) Dias decorridos desde o início do ano até 1/4/2002 (Digite "+" e "90" e obtenha "2452365.125")
8) Somar meio dia e, opcionalmente, somar h/24, m/1440, s/86400 (Digite "+" e ".5" e obtenha "2452365.625". Se quiser, some as frações referentes à hora, minuto e segundo)
9) Some 59.2 s por dia do ano até o dia em questão (Digite "+" e ".062")
10) Data Estelar (Digite "=" e obtenha "2452365.687")
Usualmente ignoram-se os extremos, de forma que a data estelar 2452365.687 poderia (e deveria) ser simplificada, arredondada e ser referida simplesmente como "data estelar 52365.7".
Para quem prefere, a fórmula simplificada é:
A fórmula simplificada é:
dias no ano
----------- +
365.75
horas
----- +
24
minutos
------- +
1440
segundos
--------
86400
x 1461
-------------------------------------------------------------------
1460


Tudo isso somado a:  ano em questão + 4712 x 365.25 - 13.375

Obs.: Dependendo da precisão do método utilizado (passo a passo ou pela fórmula simplificada) e do meio usado para fazer-se o cálculo (do lápis ao computador), pode-se obter pequenas diferenças na casa dos centésimos da data estelar, diferenças estas geralmente desprezíveis.
Cada dígito decimal da data estelar vale 144 minutos, ou proximadamente duas
horas e meia.
(*) A normalização de todos os ciclos é baseada nos ciclos solar (28 anos) e lunar (19 anos), ou seja, os calendários coincidem com as posições astronômicas a cada 532 anos (28 x 19). O ciclo atual, por exemplo, iniciou em 1555 e terminará em 2087.
(**) O fator de correção é atualmente de 14 dias; Subtraiu-se 12 h (ou metade de um dia) porque o dia estelar começa ao meio-dia solar (e não à meia-noite); Subtraiu-se também 3 h para compensar a longitude negativa de Brasília (hora oficial do Brasil e também da cidade de São Paulo) em relação ao meridiano de Greenwich (hora oficial do planeta Terra ou hora GMT).
(***) Subtrair 1 h da hora local oficial se estiver em horário de verão;
Considerar 1 h = 1/24 dias, considerar 1 minuto = 1/(24 X 60)dias = 1/1440
dias e considerar 1 segundo = 1/(24 X 60 X 60) dias = 1/86400 dias;
Usa-se sempre o formato de 24 h.

CURIOSIDADE: A data estelar 50000.0 ou, mais precisamente, 2450000.00000 ocorreu num domingo, às 10h22m7s do dia 8 de outubro de 1.995.
Se tiver dúvida sobre a veracidade das informações sobre o cálculo acesse: http://www.zenite.nu/tema/ e procure por dia Juliano
Texto de Tanios Hamzo
Fonte:
http://scifibrasil.com.br/data/index.html

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Progressão Incompreendida

Estigmatizada como “aprovação automática”, a evolução continuada é ainda muito questionada, sobretudo em época de eleição
A trajetória dos sistemas de ciclos e da progressão continuada na educação brasileira é, salvo exceções, tão curta quanto malsucedida. Surgiram no Brasil entre os anos 1970 e 1980 em discussões acadêmicas com a preocupação de atualizar o sistema da educação por série (vigente desde o fim do século XVIII), e seriam determinantes para diminuir a desigualdade social e a elitização do ensino. Acabaram tendo força nos anos 1990, mas, na prática, foram vítimas do sucateamento do ensino público e acabaram estigmatizados em campanhas eleitorais como sinônimo de aprovação automática.
O novo secretário da Educação do estado de São Paulo, Herman Voorwald, assumiu em janeiro com a missão, dada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), de reformular os ciclos da Educação Básica na rede paulista, que não têm correspondido às expectativas. A reportagem de ¬Carta ¬Fundamental procurou o secretário em fevereiro, mas não obteve sucesso. Em comunicado oficial, Voorwald declara que o sistema tradicional de ensino em série não voltará: “(…) um sistema de reorganização já está sendo planejado. Além de permitir uma avaliação individual do aprendizado dos alunos a cada semestre e, a partir dos indicadores obtidos oferecer um modelo de recuperação eficiente quando necessário, o processo permitirá que a aprovação seja baseada no conhecimento adquirido e não em um processo padrão”, diz o comunicado. Ou seja, os ciclos devem continuar. A expectativa é que o governo estadual mude os ciclos de dois para três no Ensino Fundamental. Embora não tenha sido divulgado oficialmente, a expectativa é de que o estudante, que hoje pode ser reprovado na 5ª e 9ª séries, passe a ser avaliado ao fim do 3º, 6º e 9º anos.
Os ciclos e a progressão continuada foram usados na rede estadual de São Paulo e Minas Gerais, mas sofrem críticas constantes por terem se transformado, na prática, em “aprovação automática”, o que empobreceu o debate. Nas últimas eleições para o governo estadual, foi comum ouvir candidatos propagarem querer acabar com a progressão continuada, porque ela seria responsável pelo baixo índice de aprendizado dos alunos.
A prefeitura do Rio de Janeiro aplicou-a para o Ensino Fundamental no ano 2000. No entanto, lá também foi culpada pela má qualidade do ensino. “Nas eleições para prefeito em 2008, tanto Eduardo Paes (PMDB) quanto Fernando Gabeira (PV) criticaram o sistema. Quando eleito, um dos primeiros atos do prefeito Paes foi suspender a progressão e voltar com o sistema seriado”, diz Claudia Fernandes, coordenadora da pós-graduação em educação da Unirio.
Talvez o único local do País onde os ciclos foram adotados e têm uma boa resposta educacional é no ensino municipal de Porto Alegre (RS). “O processo lá foi cuidadoso”, diz Claudia. “A discussão sobre a implementação dos ciclos e da progressão continuada começou nos anos 1980, quando já ocorriam seminários sobre o tema, e durou anos. O impacto dela foi positivo e está em vigor até hoje.”
O governador paulista Geraldo Alckmin, disse em entrevista à Rádio CBN dias após a posse, em janeiro, que a progressão continuada não é o problema da educação paulista. “O aluno que falta é reprovado. Se ele vai à escola, por que não está aprendendo? Aí é avaliação e reforço escolar. Até o terceiro ano nenhuma escola particular reprova, pelo processo de alfabetização. O objetivo da escola não é cultura do fracasso”, disse.
CULTURA DA MERITOCRACIA
O Brasil, como a maior parte do mundo ocidental, desde o século XVIII utiliza o mesmo sistema de séries escolares. A maioria de nós passou por ele: um professor tem a missão de ensinar o conteúdo aos alunos que, espalhados em classes numerosas, são avaliados, geralmente, a cada bimestre. Ao final da série, o aluno que foi bem, passa de ano. O que foi mal, tem de repetir a mesma série no ano seguinte.
“Ela vem da cultura liberal dos séculos XVII e XVIII”, diz Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP. “É baseado na meritocracia: você estuda e passa de ano. Se não mereceu, repete. Em países em que a escolarização é mais organizada, você acaba tendo faculdade para todo mundo. No Brasil não é assim, então seleciona-se os melhores para o ensino superior. Quem não vai à faculdade¬ vira vítima do fracasso escolar”, conclui.
“Este sistema é incompleto”, relata Mateus Prado, professor de cursinho, especialista em Enem e gestor do Instituto Henfil. “Imagine um aluno que todo bimestre tira nota 8. E agora imagine outro que no começo do ano tirou 2, mas que no fim tirou 5. Quem evoluiu? O segundo caso, claro. Só que o sistema seriado só valoriza o que tira nota 8, que acaba tendo os maiores cuidados do professor. O aluno que vai mal acaba ficando de escanteio. E é justamente ele que precisa de ajuda”, diz.
A grande maioria dos especialistas em educação no País é contra a repetência. “Estudos indicam que um aluno que não passa de ano e que repete todo o processo no ano seguinte acaba tendo tendência maior de repetir de novo. É estatístico”, diz Prado.
Claudia Fernandes entende que o sistema seriado, que ainda tem muito apreço por educadores e dirigentes educacionais, não resolve mais a equação da educação no século XXI. “Dividir o ensino em séries estava de acordo com os conhecimentos em educação que haviam há cem, duzentos anos. Mas hoje conhecemos muito mais. O sistema em ciclos é uma das alternativas que respondem a essas demandas”, diz.
Este sistema prevê uma sensibilidade maior por parte dos professores, uma vez que entende existirem várias formas de inteligência humana – e, portanto, várias formas de se aprender conteúdos diferentes. Tende a dividir o aprendizado em ciclos maiores que um ano – normalmente de dois a quatro – nos quais os professores se utilizem mais do diálogo e discussões com alunos do que com a tradicional via única do professor passando o conteúdo. “Imagine um professor que pretenda montar um grupo de teatro na escola”, sugere Ocimar Munhoz Alavarse. “É quase impossível você conseguir ministrar teoria e técnicas de teatro em apenas um ano, e dar nota para os alunos. Os ciclos permitem isso.”
Mas se o sistema seriado não é o mais completo, por que a progressão continuada não consegue substituí-lo? Uma das respostas está na questão financeira. O custo para manter uma rede seriada é menor. É o que afirma a professora Claudia Fernandes. “A implementação da escola em ciclos não é barata, diferente da seriada. Você tem de ter turmas menores e uma formação continuada do professor. E o professor tem de aprender a acompanhar, a trabalhar em equipe e ficar mais dentro da escola, o que significa mais horas extras.” Sem preparação do professor, a progressão continuada torna-se, na prática, a educação seriada com aprovação automática. Confusão que torna pobre não só a própria discussão, como todo o ensino no País.
Fernando Vives 
15 de março de 2011 às 16:30h
Fonte: Carta Fundamental

Ansiedade matemática em meninas não vem do berço, e sim de estereótipos... e da professora

O gosto pela matemática divide as opiniões dos estudantes desde que estão nos primeiros anos do ensino fundamental. Há os que adoram o mundo dos números e há os que torcem o nariz só de pensar em fazer uma multiplicação. Muitos destes últimos manifestam uma grande ansiedade em relação à matemática, que pode ser definida como uma resposta emocional desagradável à matemática, e que é mais comum em mulheres do que em homens. O fato dessa ansiedade em relação à matemática ser mais comum em mulheres, ou meninas, é usado por alguns como evidência de que já na infância as mulheres seriam menos aptas para a matemática do que os homens.
Isso, no entanto, não é necessariamente verdade – e, aliás, há evidências de que não há uma inaptidão inata de qualquer dos sexos para a matemática. Ao contrário, a ansiedade em relação à matemática poderia ser... aprendida. E aprendida, por exemplo, da própria professora de matemática.
Isso é o que descobriram Sian Beilock e colegas, da Universidade de Chicago, em uma pesquisa com estudantes e professoras do ensino fundamental nos EUA, onde 90% dos professores do ensino fundamental são mulheres. O grupo testou as habilidades matemáticas e o grau de ansiedade com relação à matemática de 17 professoras da 1ª e 2ª série do ensino fundamental (mas não professores). Também os estudantes, nos três primeiros meses de aula e nos dois últimos, tiveram testadas suas habilidades matemáticas e sua crença no estereótipo acadêmico de gêneros (“meninos são melhores em matemática e meninas são melhores em leitura”). Afinal, seria possível que a ansiedade matemática das professoras levasse a um menor desempenho das alunas em matemática se estas se acreditassem intrinsicamente ineptas, como sua professora, para a matemática.
Para avaliar a crença no estereótipo acadêmico, os pesquisadores contavam duas histórias isoladas sobre um estudante (sem distinção de sexo, o que funciona em inglês) bom em matemática e um estudante (também sem distinção de sexo) bom em leitura e pediam às crianças para desenhar cada um dos personagens. Os cientistas perguntavam, então, às crianças se os personagens que haviam desenhado eram menino ou menina. O exercício foi realizado duas vezes: no início e no fim do ano letivo.
Resultado: no fim, mas não no início do ano letivo, as meninas lecionadas por professoras com ansiedade matemática tinham maior propensão a acreditar no estereótipo “meninos são bons em matemática e meninas são boas em leitura”. Ao final do ano, essas meninas, alunas de professoras com ansiedade matemática, também tinham menor desempenho matemático em relação aos meninos de sua classe e em relação às meninas da mesma classe que não acreditavam no estereótipo – embora no começo do ano todos tivessem desempenho igual. Os meninos, aliás, não parecem ser afetados pela ansiedade da professora, tenham eles ou não crença no estereótipo acadêmico.
A influência da ansiedade das professoras somente sobre as meninas pode ser atribuída ao fato de crianças em idade escolar (1a e 2a séries) tenderem a se espelhar nos adultos de mesmo sexo para compor seu repertório de comportamentos socialmente aceitáveis. Além disso, essas crianças já conhecem crenças comumente aceitas sobre gêneros e habilidades a elas atribuídas, e tendem a adotar comportamentos e atitudes que elas pensam ser adequados a cada sexo. Sendo assim, se a professora demonstra ansiedade em relação à disciplina e o senso comum diz que os meninos são melhores do que as meninas em matemática, muitas meninas acreditam nisso e sentem-se desmotivadas em desafios matemáticos. Essa falta de motivação tem uma influência direta no desempenho dessas meninas, que acaba sendo pior do que o esperado. Aliada à aceitação do estereótipo, a ansiedade matemática da professora, portanto, leva a queda do desempenho na disciplina, mesmo que a pessoa tenha habilidades suficientes para obter sucesso com os números.
Não se deve, contudo, colocar a culpa só na professora: há muitas outras fontes prováveis de influência no desempenho matemático das meninas, como professoras anteriores, pais, mães e irmãos, que reforçam ou não o estereótipo de habilidades acadêmicas.
O importante é lembrar que o desempenho geral de meninas e meninos não apresenta diferenças inatas: as habilidades são as mesmas entre os sexos, e o que difere é o estímulo que é dado a meninos e meninas para desenvolver suas competências. (SAC, 12/03/10).
 Fontes: Beilock SL, Gunderson EA, Ramirez G, Levine SC (2010) Female teacher´s math anxiety affect girls’ math achievement. PNAS 107, 1860-1863.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nova votação para a Biblioteca do Professor começa dia 20

A segunda votação do ano, para a Biblioteca do Professor, começa na próxima quarta-feira, dia 20/04/11.
Cada professor poderá votar em dois livros que deseja ganhar, sendo um voto para cada categoria: Literatura Brasileira e Literatura Estrangeira.
A votação acontecerá através dos sites:  http://sme.rio.rj.gov.br  (intranet) ou http://webapp.sme.rio.rj.gov.br/inscricao/restrito/LoadInscricoes.do?id=124&loginBase=2011/biblioteca9 (internet).
O projeto Biblioteca do Professor faz parte do programa Rio, uma cidade de leitores e visa o incentivo à leitura entre os professores da Rede Municipal.


Os livros selecionados para essa segunda etapa de votação são:

LITERATURA ESTRANGEIRA
1.      O Enigma do Oito
Livro: O enigma do oito
Autor: Katherine Neville 
Tradução:Elizabeth e Djalmir Mello
ISBN:978-85-325-2431-7
Páginas:680
Formato : 14x21cm
Editora: Rocco
Um tesouro escondido durante mais de mil anos é desenterrado na Abadia de Montglane, em 1790. Freiras e
noviças espalham-se pela França para protegê-lo. O país vive uma revolução sangrenta, mas a batalha que as
aguarda promete perigos ainda maiores. Quase 200 anos depois, na virada de 1973, em Nova York, uma
especialista em informática recebe o aviso de uma vidente: em breve ela estará envolvida em um jogo. A vidente só não revela que o jogo foi iniciado dois séculos antes, quando o Xadrez de Montglane deixou a Abadia.
Os movimentos de cada personagem, como peças em um tabuleiro de xadrez, compõem a trama de O enigma do oito. Apesar do espaço entre as duas narrativas, o mistério que as envolve é apenas um. E tanto a noviça Mireille, no século XVIII, quanto Catherine Vellis, em plena década de 1970, precisarão passar por provações e desvendar charadas para solucionar o enigma que envolve o lendário xadrez usado por Carlos Magno mais de mil anos antes.
Cruzando eventos históricos e três continentes, O enigma do oito é uma intrincada trama de personagens que se movem como peões num tabuleiro. Napoleão, Robespierre, mercadores judeus, mestres russos do xadrez e  cientistas modernos estão interligados neste romance de suspense e magia, no qual cada reviravolta é uma jogada de mestre.

2.  Água para elefantes
Livro: Água para elefantes
Autor: Sara Gruen
Tradução: Anna Olga de Barros Barreto
ISBN: 9788599296158
Páginas: 272
Formato: 16 x 23 cm
Editora: Sextante
Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Durante 70 anos Jacob guardou um segredo: nunca falou a ninguém sobre o período de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora.
Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária, mas teve sua vida transformada após a morte de seus pais num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de fazer as provas finais e, desesperado, acaba pulando em um trem em movimento, o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.
Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais.
É também sob as lonas que ele se apaixona duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August; e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.

3.  A ilha sob o mar
Livro: A ilha sob o mar
Autor: Isabel Allende 
Tradução: Ernani Ssó
ISBN: 8528614441
Páginas: 476
Formato: 16 x 23 cm
Editora: Bertrand Brasil
O romance narra a vida de Zarité, a escrava que foi vendida aos nove anos de idade para o francês Toulouse Valmorain, dono de uma das maiores plantações de cana-de-açúcar nas Antilhas. Como escrava doméstica, ela não padeceu as dores e as humilhações de seus iguais, mas conheceu as misérias de seus patrões, os brancos.
Desde o começo o leitor sente a tensão frente à realidade da ilha e a severidade com que Zarité é obrigada a conviver. Ela torna-se concubina de Valmorain e é responsável por cuidar dos dois filhos do patrão: o legítimo, que teve com sua esposa espanhola, e o extra-oficial, que teve com a própria Zarité.
A Ilha sob o Mar é um livro apaixonante que começa por volta de 1770, poucos anos antes da revolução haitiana. Quando os escravos se rebelam e queimam as plantações da ilha, Valmorain, Zarité e as crianças conseguem fugir para Cuba, e depois se estabelecem numa nova fazenda em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

4.  A Sombra do Vento
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Tradução: Márcia Ribas 
ISBN: 8573026049
Páginas: 464
Formato:  16 x 23 cm
Editora: Suma
A Sombra do Vento é uma narrativa de ritmo eletrizante, escrita em uma prosa ora poética, ora irônica. O enredo mistura gêneros como o romance de aventuras de Alexandre Dumas, a novela gótica de Edgar Allan Poe e os folhetins amorosos de Victor Hugo. Ambientado na Barcelona franquista da primeira metade do século XX, entre os últimos raios de luz do modernismo e as trevas do pós-guerra, o romance de Zafón é uma obra sedutora, comovente e impossível de largar. Além de ser uma grandiosa homenagem ao poder místico dos livros, é um verdadeiro triunfo da arte de contar histórias.
Tudo começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Ao ver o filho triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe já morta, seu pai lhe dá um presente inesquecível: em uma madrugada fantasmagórica, leva-o a um misterioso lugar no coração do centro histórico da cidade, o Cemitério dosNova votação para a Biblioteca do Professor começa dia 20
Livros Esquecidos. O lugar, conhecido de poucos barceloneses, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax.
  A busca de Daniel marca sua transformação de menino em homem, e desperta no leitor um fascínio renovado pelos livros e pelo poder que eles podem exercer. Ao ler A Sombra do Vento, o desejo que se tem é de, assim como o menino Daniel, abrir as portas do Cemitério dos Livros Esquecidos e descobrir em seus infindáveis corredores o livro que mudará nossas vidas.

5.  Firmin
Livro: Firmin 
Autor: Sam Savage
Tradução: Bernardo Ajzenberg
ISBN: 9788576653851
Páginas: 244
Formato: 14 x 21 cm
Editora: Planeta do Brasil
O rato Firmin, “morador ilegal, vagabundo, vadio, pedante, voyeur, roedor de livros, sonhador ridículo,
mentiroso, charlatão e pervertido”, nasceu numa livraria em berço de ouro, isto é, sobre folhas picadas do livro Finnegans Wake, de James Joyce.
Desde a infância amante das fêmeas humanas, leitor voraz em todos os sentidos e frequentador assíduo de um cinema que passava, ininterruptamente, musicais e westerns antigos e filmes pornográficos modernos, Firmin se imaginava Fred Astaire com sua Ginger Rogers e as deusas pornôs, vivendo os grandes dramas humanos que encontrava nas páginas dos livros.
Em um momento em Paris, sentindo a tristeza de uma tarde de chuva com Paul Verlaine, no momento seguinte na Londres com o guia da peste Daniel Defoe, depois, na América, colocando Proust na balsa junto com Huck Finn e Jim, Firmin viveu a beleza e a força da imaginação. Mas ele continuava um rato. Tenta desesperadamente comunicar-se com os homens, mostrar como se identificava com eles, mas o que fazer se a natureza não o dotou com os requisitos mínimos para a comunicação humana?
Esta belíssima fábula moderna, carregada de alegorias, humor e melancolia, fala sobre a solidão, o amor aos livros, o poder da literatura e os limites da nossa condição, de ratos e de homens.

LITERATURA BRASILEIRA
1.    Grande sertão: veredas
 Livro: Grande sertão: veredas  
Autor: João Guimarães Rosa
ISBN: 8520912095
Páginas: 624
Formato:14 x 21 cm
Editora: Nova Fronteira
      A estilização das peculiaridades das falas sertanejas, sempre recorrente na obra de Guimarães Rosa, atinge seu auge neste consagrado romance. Rosa reinventa a língua e eleva o sertão ao contexto da literatura universal, compondo o cenário de uma narrativa lírica e épica, uma lição de luta e valorização do homem. Eleito um dos cem livros mais importantes de todos os tempos pelo Círculo do Livro da Noruega. Eleito um dos melhores livros do século pela revista Época. Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa) em 2002.

2.    João do Rio – coleção Melhores Crônicas
Livro: João do Rio - Coleção Melhores Crônicas
Organizador: Edmundo Bouças e Fred Góes 
ISBN: 9788526013292
Páginas: 328
Formato:14 x 21 cm
Editora: Global
Antologia de crônicas do inquieto João do Rio, personagem determinante na tentativa de alçar a crônica à categoria de gênero literário e, ao mesmo tempo, de história social, a partir da contínua mudança dos costumes e das ideias da época. Uma das características marcantes em sua escrita era a facilidade em adaptar e abarcar sua percepção ao mesmo ritmo das mudanças da sociedade.

3.    Viva o povo brasileiro
  Livro: Viva o povo brasileiro
Autor: João Ubaldo Ribeiro
ISBN: 9788539000043
 Páginas: 792
 Formato: 12x 17 cm
 Editora: Ponto de Leitura
     “Viva o povo brasileiro é uma celebração da língua e de seus inventores” (Geraldo Carneiro, poeta). Este romance de 1984 é um painel da formação do povo brasileiro. Através de diversos personagens minuciosamente construídos, Ubaldo vai, a cada página, montando o mosaico que estrutura nossa sociedade.
O livro se volta às origens do Recôncavo Baiano para recriar quase quatro séculos da história do país por meio da saga de múltiplos personagens. 'Viva o povo brasileiro' se desenvolve em grande parte no século XIX, mas também viaja a 1647 e avança até 1977. Nele, realidade e ficção se misturam para criar um épico brasileiro com passagens heróicas e cômicas, tendo como pano de fundo  momentos decisivos para a história do país, como a Revolta de Canudos e a Guerra do Paraguai.

4.    Canoas e marolas – Preguiça
 Livro: Canoas e marolas - Preguiça
Autor: João Gilberto Noll
ISBN: 8573022620
 Páginas: 108
 Formato: 15 x 23 cm
 Editora: Objetiva
         Dos pecados capitais, a preguiça é aparentemente um dos mais inofensivos. Será mesmo? Não é a interpretação de João Gilberto Noll, um dos mais importantes autores da literatura brasileira contemporânea. Em CANOAS E MAROLAS, quinto volume da coleção Plenos Pecados, ele apresenta uma visão original e intrigante deste pecado _ a apatia surge como condição extremamente reveladora de nossa existência nos dias de hoje.
         O escritor escolheu como cenário uma ilha. Uma ilha como tantas outras, com o cheiro acre do mar impregnando corpos e almas. Um lugar onde se alinhavam sonhos, rotinas, desesperos. Nesta ilha ancora um homem, que procura a filha que nunca chegou a conhecer _ Marta, conseqüência de um amor fugidio, sobre aNova votação para a Biblioteca do Professor começa dia 20 qual sabe muito pouco. Apenas que é estudante de medicina e trabalha com doentes terminais. Neste texto denso e poético, escrito durante temporada numa praia isolada de Santa Catarina, Noll propõe uma metáfora do desalento que inunda nossa época. 
            
5 . Testemunho
  Livro: Testemunho
Autor: Darcy Ribeiro
ISBN: 9788523012502
 Páginas: 208
 Formato: 16 x 23 cm
 Editora: Apicuri
            Reunião de textos retirados de revistas, entrevistas, e livros que Darcy reorganizou como peças de um jogo de armar. Darcy conta de sua formação intelectual, expõe as bases de seu pensamento, que deixava jorrar e explodir em frases velozes quando falava, e, quando escrevia fazendo ecoar em cada frase sua paixão de arauto de uma fé desafiadora e urgente.

Ah! Tá...

   A aluna chega com o rosto machucado.
   A professora pergunta:
   __ Você caiu ?
   __ É.
   __ Onde?
  __ No chão.


  Ah! Tá...

Matemática

     Uma aluna pergunta se aquele negócio é para escrever na linha de baixo ou continua na mesma linha.

     A profª responde:
    __ Escreve os parênteses na linha de baixo.
    Um aluno emenda:
    __O primo, o pai,...
    Ah! Tá...

domingo, 17 de abril de 2011

A recuperação escolar sob investigação científica



Na época do colégio, muitos experimentam a sensação de chegar ao final de uma disciplina e não obter a nota suficiente para passar de ano. Solução? O período de reforço do aprendizado conhecido como “recuperação”, verdadeiro pesadelo para alguns!

Para o desespero dos que esperneiam dizendo que não necessitam de reforço, ou que o reforço não adianta nada, um artigo na revista Neuron de dezembro de 2009 apresenta justamente os benefícios para o cérebro dos alunos que passam por tal período de remediação.


Timothy Keller e Marcel Just, da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, EUA, recrutaram crianças em idade escolar com nível de leitura baixo e os separaram em dois grupos: um deles recebeu somente o ensino formal, enquanto o outro passou adicionalmente por aulas de reforço direcionadas para melhorar a capacidade de decodificar fonemas. Comparada às duas semanas usuais de duração da recuperação escolar, a recuperação no estudo foi anormalmente longa: os alunos passaram por 100 horas de estudo remedial, distribuídos em 6 meses, com aulas diárias de 50 minutos, 5 vezes ao semana.


Em crianças com dificuldades de leitura, já havia sido observada uma redução da substância branca semioval do cérebro, que é a porção da substância branca onde se encontram as fibras que conectam os lobos frontal, parietal e temporal, trocando informações necessárias para a leitura. Essa redução pode resultar tanto de uma deficiência de mielinização quanto de uma redução da espessura das fibras ou até do seu número. Com uma menor conectividade entre os lobos cerebrais, a leitura ficaria prejudicada.


Em comparação, Keller e Just observaram que, ao fim dos seis meses do estudo, os alunos submetidos ao programa de recuperação, e somente eles, tiveram um aumento da substância branca semioval. O aumento ocorreu no sentido do envoltório das fibras, o que leva a crer que o efeito da recuperação é um espessamento da bainha de mielina dos axônios da substância branca, que confere isolamento elétrico aos impulsos nervosos que trafegam pelos axônios, tornando a transmissão de sinais mais rápida e fidedigna – o que provavelmente facilita a leitura. De fato, as crianças que fizeram a recuperação, e não as outras, tiveram uma melhora na capacidade de decifrar palavras.


Ou seja: ficar em recuperação pode ser um sofrimento – mas, se serve de consolo, ela é sim capaz de mudar o cérebro! (PfMRI, 10/03/2010)
 Fonte: Keller ATJust MA (2009). Altering Cortical Connectivity: Remediation-Induced Changes in the White Matter of Poor Readers. Neuron. Dec;64(5): 624-631.

Dá-me Tuas asas... pra Te alcançar,

Lugares Altos
Renascer Praise

Vem e toma o Teu lugar
Tens minha vida como altar
Um trono de louvor
Entrego a Ti Senhor meu Deus
Guarda o meu coração
No Teu jardim particular
Vem regar-me com Tua unção
Pra que eu possa exalar Teu Ser
Dá-me Tuas asas pra Te alcançar,
Nos lugares altos aonde Tu estás!
Estás assentado acima de todos!
Tão grande Tu és,
Mas mesmo assim habitas em mim!
[1ª vez - Dá-me Tuas asas!] (2x)
[Dá-me Tua asas meu Senhor!]
Dá-me Tuas asas
[Dá-me Tuas asas...]
pra Te alcançar,
[..pra Te alcançar Senho-o-or!]
Nos lugares altos aonde Tu estás!
[Aonde Tu estás Senhor!]
Estás assentado
[Estás assentadooo]
acima de todos!
Tão grande Tu és,
Mas mesmo assim habitas em mim!]
Habitas em mim...
Habitas em mim...
Habitas em mim...
[Habitas em mim Senhor...]
Habitas em mim...
[Tu habitas em mim Senhor...]
Habitas em mim...
[Tu habitas em mim Senhor...]
Habitas em mim... (prolongado)

TESARAC

Tesarac significa que ocorreu um vácuo. Um evento tão brutal e aterrador que transforma a vida. A única coisa que se sabe, nessa hora, é que tudo será muito diferente.
Tesarac, o neologismo, foi criado pelo poeta americano Shel Silverstein. Era um bom sujeito de talentos múltiplos poeta, cartunista, músico, autor teatral, escritor de livros infantis. Silverstein teve uma filha, Shoshanna. A mãe de Shoshanna, Shanna morreu quando a menina tinha cinco anos. E ela se foi com 11, vítima de um aneurisma cerebral, em 1982. Naquele momento o poeta nunca mais a vida seria como antes.